Marcel Barros – Presidente da Anapar
A previdência complementar fechada tem por objetivo garantir uma renda adicional à aposentadoria pública. A formação de um patrimônio financeiro garantirá uma aposentadoria digna, superando adversidades econômicas e complementando o sistema previdenciário oficial.
Esse sistema de pilares da seguridade social possibilita que trabalhadores de diferentes classes sociais tenham acesso à formação de um patrimônio próprio, capaz de assegurar uma renda qualificada quando atingirem a aposentadoria. Também permite que os empregadores ofereçam benefícios previdenciários aos seus trabalhadores e, assim, conquistem e retenham talentos.
Ocorre que nem sempre o trabalhador tem informação e conhecimento suficientes para tomar a decisão de aderir a um plano previdenciário logo que inicia seu contrato de trabalho. Com isso, acaba perdendo a oportunidade de iniciar sua jornada previdenciária desde o início da vida laboral, o que compromete a formação de sua reserva.
A adesão automática é uma solução eficaz para suprir essa lacuna, ao simplificar o processo de participação do trabalhador e eliminar barreiras burocráticas que frequentemente desestimulam aqueles com menor familiaridade com trâmites complexos e palavreado confuso.
Isso significa que todos os trabalhadores, desde o início de suas carreiras, terão a oportunidade de iniciar a formação de um patrimônio com vistas ao futuro, protegendo-se das instabilidades econômicas e da insuficiência de recursos que podem ocorrer com o passar dos anos.
Além disso, ao proporcionar uma previdência complementar fechada, o trabalhador contribui para a sua inclusão social, pois garante uma aposentadoria mais condizente com seu estilo de vida e com as necessidades que surgem na velhice. Com isso, evita-se que, após anos de trabalho, os indivíduos se vejam em situação de vulnerabilidade, dependendo apenas da previdência social, que muitas vezes não é suficiente para garantir uma qualidade de vida adequada.
Importante frisar que em nenhum momento o trabalhador será forçado a permanecer no plano de benefícios. Caso não deseje participar da previdência complementar, ele tem total liberdade para solicitar sua exclusão do plano.
O que temos com esse método é uma inversão do modelo de tomada de decisão. Em vez de aguardar que o trabalhador tome a iniciativa de procurar o sistema, o sistema vai até ele. Isso evita a comum procrastinação na tomada de decisões de caráter financeiro de longo prazo e ele pode decidir se deseja continuar ou não com a formação de sua poupança.
A possibilidade de escolha garante que o trabalhador possa avaliar suas circunstâncias pessoais e financeiras, decidindo se o plano de benefícios é adequado às suas necessidades e expectativas. Este direito à opção é essencial para assegurar que o trabalhador tenha autonomia e liberdade sobre sua adesão, o que também promove um ambiente de confiança no sistema e no respeito aos direitos individuais.
Nos diversos sistemas de previdência mundo afora, a adesão automática tem sido uma prática amplamente utilizada. Como resultado temos maior engajamento e mais segurança financeira para os cidadãos. O modelo adotado nesses países tem demonstrado que a adesão automática pode contribuir significativamente para a formação de uma sociedade mais igualitária, na medida em que garante aos trabalhadores de todas as camadas sociais a alternativa de uma aposentadoria tranquila e sem dependência exclusiva do sistema público, bastante sobrecarregado e que nem sempre atende adequadamente a todas as demandas.
Ademais, ao adotar essa prática, muitos países têm conseguido aumentar as taxas de adesão à previdência complementar, com impactos positivos na gestão dos recursos públicos e na redução da necessidade de políticas assistenciais futuras, utilizando tal ferramenta como um estímulo. A adesão automática preserva a liberdade de escolha e altera a forma como a escolha é apresentada, visando influenciar uma mudança positiva de comportamento.
Portanto, a adesão automática à previdência complementar fechada para os trabalhadores não é apenas uma medida econômica, mas também um passo importante para garantir a inclusão social e a formação de patrimônio para uma futura renda qualificada.
Com a adoção desse modelo o Brasil se alinha às boas práticas internacionais, proporcionando maior segurança e qualidade de vida para os trabalhadores e proteção em sua aposentadoria.
A ANAPAR reforça seu apoio a essa iniciativa, defendida durante a construção da Agenda Positiva para a Previdência Complementar Fechada, base para propostas do gabinete de transição.
Ao assegurar aos trabalhadores uma aposentadoria mais digna e tranquila, construiremos uma sociedade mais sólida e realizaremos uma verdadeira uma ação de justiça social.
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